Combustível nas alturas favorece a embalagem flexível?

Aumento dos combustíveis é uma oportunidade de médio prazo para a embalagem flexível
remarcação de preços em postos de combustível

É inegável: esta loucura de Putin trará um sabor amargo aos convertedores de embalagens flexíveis e rótulos, no que concerne ao aumento gradual das resinas termoplásticas. Plástico mais caro significa uma erosão ainda maior das margens, ao menos num primeiro momento enquanto dura o processo de repasse aos clientes, os donos das marcas.

Mas esta conclusão sobre os inexoráveis aumentos de matérias-primas vindouros e a dificuldade em negociar com os clientes (muito disso em virtude dos concorrentes que represam os aumentos por medo de perder o cliente, ou por estratégia comercial mesmo) são obviedades que não merecem que desperdicemos tempo debatendo por aqui.

O interessante é tentarmos enxergar além e, de preferência, com algum otimismo.

crise do petróleo em 1973
Leon Mill usa um spray num cartaz no posto de combustível 66, nos EUA, informando que não havia combustível durante a crise do petróleo em 1973

Um aumento nos preços dos combustíveis sempre traz consigo um impacto devastador nas empresas de transportes e na cadeia logística como um todo. E estes preços – podem ter certeza – são, cedo ou tarde, repassados ao consumidor final. Tudo isso corrobora para uma série de considerações dos donos das marcas, acerca de estratégias para, pelo menos, reduzir um pouco o impacto econômico de suas mercadorias logisticamente inflacionadas.

Uma destas estratégias é a de unitizar melhor as cargas. Transportar mais, por menos. Quando se trata de embalagens, implica em entregar um maior número de unidades a cada despacho, preferencialmente com menor peso – de forma a reduzir a relação combustível por unidade de embalagem transportada.

E, vejam só, advinha qual a solução de embalagem que mais favorece esta lógica?

Acertou quem pensou nas embalagens flexíveis. Em momentos de alta de combustíveis, “transportar vento” – na forma de frascos plásticos soprados ou injetados – começa a incomodar um pouco mais. Transportar peso demais, na forma de garrafas de vidro ou latas metálicas, é também algo sob judice.

A maioria das grandes conversões de SKU’s de embalagens rígidas e semi-rígidas para soluções equivalentes em flexíveis veio, coincidência ou não, após uma alta de preços histórica que impactou a cadeia logística (ou, não menos importante, em situação de escassez de uma determinada matéria-prima).

A crise global do petróleo, deflagrada em meados dos anos 70 adveio do embargo dos países árabes da OPEC aos Estados Unidos, em resposta ao apoio norte-americano à Israel na Guerra de Yom Kippur. Pouco tempo antes, surgia na França (um dos países que viria a ser mais impactado pela crise do petróleo) a solução Stand-Up Pouch, que pouparia um valor inestimável de combustível no transporte de produtos alimentícios.

Coincidência? Talvez não.

Grandes cases da indústria nacional como a inserção de molho de tomate da lata ou vidro para o SUP e a estreia dos refis de produtos saponáceos veio, mais ou menos concomitante, à escassez e alta no preço dos combustíveis.

Portanto, se você é um convertedor, sugiro que tente manter a calma e pense um pouco mais estrategicamente: é uma boa oportunidade de propor soluções que reduzam o custo do frete unitário por unidade de embalagem aos seus clientes.

Em suma, boa hora para fazer o pessoal de PD&I trabalhar redobrado. Boa sorte!

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