O que aprendemos na segunda entrevista do programa PackCast com a Nilpeter do Brasil?

Na última semana, conduzimos mais uma entrevista no nosso podcast. E, mantendo a tradição, aproveitamos o vídeo para o formato webcast em nosso canal do YouTube.

Na última semana, conduzimos mais uma entrevista no nosso podcast. E, mantendo a tradição, aproveitamos o vídeo para o formato webcast em nosso canal do YouTube.

Foi a primeira entrevista focada na chamada “banda estreita”, o setor de rótulos e etiquetas, com a icônica empresa dinamarquesa de máquinas Nilpeter, na pessoa do seu diretor geral, Rubens Wilmers.

A Nilpeter é uma das poucas empresas centenárias de máquinas impressoras modulares que, a despeito da idade, se reinventa constantemente e comercializa equipamentos que incorporam praticamente todos os principais sistemas de impressão do mundo: rotogravura, flexografia, offset, serigrafia e digital.

A história da “C.A. Nielsen & Petersens Maskinfabriker A/S“, fundada em 1919, se mistura, de certa forma, com a própria evolução da produção de rótulos e etiquetas em banda estreita e média. A companhia foi, por exemplo, a primeira indústria de máquinas impressoras do mundo a integrar numa modular um cabeçote de serigrafia rotativa, em parceria com a holandesa Stork, em meados dos anos 90.

Numa conversa sempre bem-humorada e bastante técnica, Rubens compartilhou a visão da companhia para o setor e evidenciou as profundas mudanças que estão ocorrendo e que terão grande impacto não apenas aos convertedores, mas no impresso “rótulo”, de forma geral.

Com Rubens e a Nilpeter, aprendemos que:

  • Não é mais possível adotar a dicotomia “nós dos rótulos, e eles, das embalagens”. Os mercados estão se fundindo gradualmente, dada a complementaridade da oferta ao dono da marca. Os fabricantes de máquinas devem adaptar-se e responder a esta nova demanda;
  • No caso da Nilpeter, fabricar quase que a totalidade dos componentes da máquina é uma forma de assegurar a qualidade e os criteriosos padrões de uma máquina com tecnologia de ponta;
  • A impressão híbrida é, na visão da empresa, não apenas uma forma de atribuir valor ao impresso e aos clientes dos clientes, mas uma estratégia de criação de barreira de entrada aos concorrentes. Todo mundo pode entregar um rótulo impresso em flexografia, mas quando se começa a adotar soluções como um branco serigráfico, uma combinação de offset e flexografia etc., vai se reduzindo os potenciais concorrentes no páreo;
  • Embora “modular” seja a palavra de ordem no setor de banda estreita, é preciso ponderar diferenças importantes de tecnologia, como é o caso das máquinas servo acionadas e, ainda na categoria servo, qual a quantidade de servo motores integrados no equipamento. Embora estas tecnologias encareçam o equipamento, a precisão, a velocidade e o pré-ajuste inteligente são fatores que somados, entregam um ROI bastante atraente à indústria;
  • O digital para rótulos é inexorável, mas há muita falácia comercial na forma como as soluções estão sendo comercializadas, que mascaram a competitividade da flexografia mesmo em tiragens curtas e de alta segmentação. É preciso se atentar para os ardis do digital na hora de tomar decisões de investimento. Isso dito por uma empresa que, não esqueçamos, também comercializa digital standalone ou incorporado em impressoras modulares híbridas;
  • Mesmo para um líder como a Nilpeter, há incursões comerciais na banda larga e média e preocupação em cercar-se de representações e outros negócios para fortalecer a oferta aos seus clientes.

Ao fim da conversa, como também o fizemos no caso da Comexi, perguntamos ao diretor da Nilpeter se ele acreditava ser possível extrair uma competência ou atributo que fez com que a empresa prosperasse ao longo de mais de um século, enquanto tantos outros pereceram ou estão em dificuldades.

A resposta foi “resiliência”. E o exemplo foi a calma durante a pandemia, para que ninguém fosse demitido ou tivesse salários reduzidos, uma vez que, como toda crise, esta também é temporária.

Saímos da conferência com a sensação de que movimentos grandes ainda ocorrerão no mercado de máquinas para responder a todas estas mudanças nos padrões de consumo, mas ter uma gestão sólida, presente, próxima dos colaboradores e com uma preocupação em não macular uma marca secular são, certamente, aspectos chave do sucesso à Nilpeter.

Se você prefere ouvir a entrevista, corre lá e já assina o podcast PackCast no link:


Publicado por:

Aislan Baer Fundador e CEO da ProjetoPack & Associados; Co-fundador da Inovagraf; Especialista em impressão e embalagens.

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