Gerenciamento de cores, microtexturas de superfície e automação

Nos dias de hoje não há como falar de pré-impressão sem falar de gerenciamento de cores, microtexturas de superfície e automação. O tempo em que clicherias recebiam arquivos simples para gerar clichês já acabou faz algum tempo. Hoje as exigências aumentaram e muito, tanto por parte dos convertedores quando por parte dos donos de marca. A flexografia vem crescendo, evoluindo a cada ano e competindo de frente com processos de impressão como rotogravura, offset e até mesmo com a impressão digital. Por isso a Clicheria Blumenau investe pesado em todos estes importantes temas.

O gerenciamento de cores precisa ser levado a sério não somente por parte das clicherias mas também por parte dos convertedores e agências, um perfil de cores criado incorretamente pode gerar muitos problemas e fazendo com que o convertedor apresente ao seu cliente (dono de marca) uma prova digital/referência que ele não vai conseguir reproduzir na impressão final do produto. Se uma agência que faz a criação da embalagem não entender o gerenciamento de cores terá muita dificuldade para que esta criação seja reproduzida nos diferentes processos de impressão. Hoje em dia ainda temos dificuldades para entender o que queremos reproduzir, a famosa pergunta: “Qual é o padrão?”. Isso precisa estar claro desde o início. O gerenciamento de cores começa desde a fotografia de um produto. Quando tiramos uma foto, precisamos saber qual o perfil de cores da câmera que capturou a imagem e a partir daí teremos o nosso primeiro padrão a seguir. Outro padrão comum são as amostras impressas, que não deixam de ser um padrão porém, podem ter apresentado muitas variações em relação ao que foi criado e no passar do tempo. Então, se tratando de imagem, podemos dizer que o padrão pode ser um arquivo digital com um perfil conhecido ou uma amostra física seja ela um impresso ou uma foto qualquer. Ao se tratar de vetores, também precisamos saber o que queremos reproduzir. A logo do cliente e demais vetores precisamos especificar e saber se serão feitos com uma cor especial, se serão composição ou ainda podemos querer que sejam em composição de CMYK ou CMYKOGV seguindo uma referência Lab por exemplo. Quando falamos em cores especiais, temos bibliotecas online que podem ser utilizadas como referência e em casos de vetores que no arquivo estão em composição de CMYK, devemos informar (aplicando no arquivo) o perfil de cores que a composição foi criada, assim teremos o Lab desta composição no perfil de origem.

Sabendo então qual é o padrão, qual é a referência, então vamos poder saber se vamos conseguir reproduzir estas referências no meu destino e a única forma de entender se é possível reproduzir o padrão desejado é o gerenciamento de cores. O meu destino pode ser qualquer dispositivo e essa parte é a mais complicada do gerenciamento de cores, a conversão entre os diferentes perfis de cores destes dispositivos. Podemos categorizar estes dispositivos como dispositivos de entrada (ex: máquina fotográficas e scanners) e dispositivos de saída (ex: monitores e impressoras). O grande desafio na reprodução de cores é fazer com que elas sejam reproduzidas em diversos dispositivos que apresentam uma diminuição na capacidade de reproduzir cor (diminuição do gamut/espaço de cores). Por exemplo: o perfil cores de uma câmera fotográfica é maior que um perfil de impressão offset conforme figura 1.

Figura 1 – Diferença entre gamut de cores

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Essas diferenças entre perfis são comuns na área gráfica, precisamos entender essas diferenças e saber como lidar com elas, por isso a importância de gerenciar cores. Com o gerenciamento de cores, é possível saber se vamos alcançar o padrão ou não e caso não seja possível o quanto longe iremos ficar.

Para fazer a conversão entre esses diferentes perfis, temos diferentes ferramentas. Quando o padrão a ser seguido é uma amostra física, podemos utilizar monitores calibrados e/ou impressoras digitais calibradas que reproduzam as cores do perfil de destino e assim, o ajuste é visual através do operador. Quando o padrão a ser seguido é um arquivo digital com perfil de cores conhecido, existem ferramentas que conseguem fazer este ajuste para o perfil de destino de forma mais automatizada.

Antes de aplicar o gerenciamento de cores para impressão é necessário que tenhamos um processo estável. Após alcançar a estabilidade de impressão através do controle de processo é necessária uma calibração. Essa calibração é feita trazendo a impressão para um padrão já conhecido. No caso de impressão Offset já temos padrões, ferramentas e metodologias bem definidas para efetuar essa calibração. No caso de impressão flexográfica esta calibração pode ser feita através do G7 onde a Clicheria Blumenau possui técnicos G7 Expert certificados na aplicação desta metodologia ou através de curvas onde desenvolvemos uma metodologia a qual chamamos de C3, que também auxilia nessa calibração. A calibração para um padrão/valor conhecido ajuda muito no controle de processo e na impressão dos trabalhos no dia a dia.

Sobre o tema de microtexturas de superfície, as mesmas são uma realidade aplicada para flexografia. Essas microtexturas auxiliam e muito na definição de textos, na diminuição do ganho de ponto e na estabilidade do processo. Hoje existem diferentes tamanhos e formatos de microtexturas. Para a escolha e utilização das mesmas são necessários testes de impressão com cores de cromia (CMYK), cores especiais e branco. Com o passar do tempo foi notado que existe uma relação entre o volume de tinta (anilox) e a microtextura, por isso, se faz necessário testes de impressão para escolha correta.

Com tudo que falamos até aqui, podemos notar que a pré-impressão se tornou complicada, principalmente para a Flexografia, temos que gerenciar diferentes perfis, conversões entre perfis, gerenciar curvas, arquivos, microtexturas de superfície que podem ser diferentes para cada cor, diferentes tecnologias de gravação de clichê, parâmetros como angulação, lineaturas, tipos de ponto, o que tornou praticamente impossível conseguir aplicar isso tudo de maneira consistente sem automação. Para conseguir utilizar todos esses recursos da melhor maneira possível a Clicheria Blumenau investiu nos melhores sistemas de pré-impressão e criou um sistema próprio que integra todas essas informações e possibilita a automação de muitas dessas variáveis. Fazendo com que a pré-impressão seja feita de forma consistente e a comunicação entre nossos clientes, unidades e implantes seja compartilhada com todos de maneira prática e objetiva.

Josimar Alberto Cuchi

Consultor Técnico na Clicheria Blumenau
Certificado pela IDEAlliance como G7 Expert
Certificado pela IDEAlliance como CMP (Color Management Professional)
Seminário Expanded Color Gamut – Clemson University
Mais de 10 anos de experiência em Flexografia
Mais de 8 anos de experiência em Gerenciamento de Cores

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